Sob asas frágeis sustento-me
e aos poucos me sinto tão próximo do chão
Sob asas frágeis sentimentos furtivos
que aos poucos afloram em vão
Sob serenas asas o brilho do sol
aquecendo no singelo ser suas vertentes
Sob frágeis asas eu estou, eu sou
Sob frágeis asas eu vou e voo tranquilamente
Do casulo que me envolvia
Volvem-se as lembranças, de memórias perdidas
Travadas as lutas, sofridas as dores,
choradas as cores que não se possui uma lágrima
choradas as cores que não se possui uma lágrima
Me fiz paz, me vi sereno, me conheci ameno de olhar pacifico
Por vezes brando me reconheci como realmente sou
ou como poderia ser ou ainda como virei a sê-lo
As asas serenas e frágeis já não mais o são
Me fiz complexo e de forças ocultas me fiz liberdade
De fonte inesgotável me vieram as forças
Não sou eu tão singelo, sou o ímpeto em vigor
Não mais perto do chão, não mais simples estou
A fragilidade aparenta, a força se apresenta
a dor de uma lágrima furtiva dá lugar
a um eu com medidas desmedidas, mas
sem atitudes descabidas
comedido em não ser o eu que nesse ser havia
Minhas asas agora são realmente minhas...
Rafael Sisant
Rafael Sisant