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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Breve reflexão da manifestação dos amigos da ilha


Impossível não refletir sobre os acontecimentos paralelos ao manifesto dos amigos da ilha em Petrolina e Juazeiro:

Hoje, enquanto nos manifestávamos a favor da desocupação do exercito, da ilha do fogo, enquanto apitávamos, dávamos o nosso grito de guerra lutando pelo direito ao acesso a um bem público,  algumas pessoas nos olhavam com uma indiferença inexplicável. Pensei: "O povo não vai fazer nada? Não vão aderir a essa luta que também é deles? O que há de errado?"

No mesmo instante me veio a imagem do Abaporu, obra da modernista, Tarsila do Amaral. Após refletir o motivo desse link inesperado que fizera minha mente, lembrei que uma das propostas desta obra é mostrar a figura do povo brasileiro (cabeça pequena = desvalorização da razão e trabalho mental) e (mãos e pés grandes = Valorização do trabalho braçal), ou seja, o povo não quer ou não sabe pensar e criticar para mudar a sua realidade, usar as ferramentas que lhes foram apresentadas como "úteis" é mais fácil.

Lamentavelmente ela estava certa, quando o pintou. A preguiça de pensar, refletir e criticar a sociedade com o intuito de mudar a realidade do coletivo faz parte da cultura do povo, as pessoas encabrestadas se permitem olhar apenas para frente, onde veem a comida e a "diversão", que lhe são postas como armadilha, uma vez capturadas e domadas, usam as rédias postas pelos poderosos como artigo de luxo.

É triste ter que dizer que ainda hoje, com todo o acesso a informação e toda possibilidade de buscar, pesquisar a realidade dos fatos, as pessoas usam mais suas mãos e pés, tornam-se massa de manobra, quando apoiam as pessoas que querem calar os nossos gritos; Exigimos direito de ter direito, atenção e respeito!

Sabe-se que por vezes é por falta de consciência politica e visão crítica, mas como mudar, abrir os olhos e criticar a situação lastimável que se encontra a sociedade, dos menos favorecidos, dos artistas marginalizados, dos locais públicos ocupados pelo exercito, dos seres pensantes que são calados, se ninguém se permite sair da sua "zona de conforto"?

Vamos pensar, nada de cultura dos pés grandes e cabeça pequena, o abaporu deve ser uma obra para reflexão e busca de mudança e não um exemplo a ser seguido. Pensem nisso!

Rafael Sisant

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