CULTURA JÁ!

Depoimento do Ator e Bailarino Paulo de Melo. Um desabafo em defesa da cultura na nossa cidade! Está na hora de gritar!

Não buscamos nada além do que é nosso por direito, como profissionais, como cidadãos e como artistas. Queremos viver da nossa arte, o ano todo, com planos de cultura que contemplem todos os artistas do nosso município; Queremos atenção e respeito ao nosso ofício, que não é menos importante que qualquer outra profissão; Queremos investimento financeiro para produzir nossos trabalhos com dignidade e profissionalismo, para alcançar cada vez mais pessoas, contribuindo para o seu crescimento, formação e mudança de vida, porque CULTURA não é só diversão e eventos, cultura é diversão, mas também é arte, lazer e formação social. Cultura é educação, é um divisor de águas na vida de qualquer cidadão; Cultura é amadurecimento intelectual, social e político dos que dela vivem e consomem. Portanto, juntemo-nos para que nosso GRITO de reivindicação ECOE pelos quatro cantos da CIDADE, nossa luta é em prol de toda população. O que nos alegra, nos move e faz parte de nossas vidas, liberta e transforma quem dela experimenta, pois arte e cultura são sinônimos de conhecimento e sabedoria. Está na hora de tirar as vendas dos olhos, não podemos esperar mais a boa vontade dos MAUS gestores dessa cidade, anteriores e atuais, está na hora de parar de lutar por si só e passar a lutar pela comunidade. Não estamos aqui para acusar ninguém que não seja culpado pelo estado em que se encontra a cultura de Petrolina, não queremos tomar partido de ninguém, NOSSA LUTA NÃO TEM LIGAÇÃO PARTIDÁRIA COM NENHUM DOS CANDIDATOS A ELEIÇÃO, queremos que todos os candidatos nos ouçam com atenção e respeito, que inclua nossa reivindicações nos seus projetos de mandato, com seriedade e compromisso, pois não nos  importa que seja A, B ou C que esteja na prefeitura, desde que os mesmos cumpram com suas promessas. Por isso, abram seus olhos e estejam atentos, não se iludam com o jogo político das pessoas que querem nos ludibriar, o movimento dos artistas não tem "padrinhos", o que esta sendo visto nas ruas e na internet é resultado de união da classe artística de nossa região, sem investimento de terceiros. Essas são nossas armas, nosso intelecto, nosso corpo, nossa arte e nossa voz, e assim fazemos, pois nosso compromisso é único e exclusivamente com a comunidade, conosco e com nossa arte, ou seja, NOSSO partido é a CULTURA!

http://www.youtube.com/watch?v=BbBpPi44IwA&feature=share&list=UUdh491kZjIrTkmAI3Jf0uOg

Rafael Sisant Técnico em artes visuais

Para você, com amor!

 

 

O que dizer para você?

 

Acredito que quase todas as frases de amor já foram, por mim, ditas

Elas estão nos poemas que te dei, nas declarações que já improvisei e nas frases pré-concebidas.

 

Grande parte das palavras de amor e gratidão já foram, por mim, faladas, acho!

Desde as palavras simples até as mais rebuscadas.

 

Pensei novamente em inovar, usar grandes palavras para me declarar

Em escrever em outros idiomas, aprender as línguas vivas ou as línguas mortas ressuscitar.

 

Tudo isso pra dizer que meu coração ama te amar.

 

Tentei não ser clichê demais, parecer menos bobo e pouco vulgar,

Mas sei, que de nada vai me adiantar, sou brega, na minha forma de amar

 

Serei sempre ridículo nas cartas de amor, como declama Bethânia

 

Então aceite essa forma singela de me expressar, de me declarar, declamar, afirmar e reafirmar

Como disse o grande Vinícius, por toda a minha vida, eu sei que vou te amar!

Breve reflexão da manifestação dos amigos da ilha

Impossível não refletir sobre os acontecimentos paralelos ao manifesto dos amigos da ilha em Petrolina e Juazeiro:

Hoje, enquanto nos manifestávamos a favor da desocupação do exercito, da ilha do fogo, enquanto apitávamos, dávamos o nosso grito de guerra lutando pelo direito ao acesso a um bem público,  algumas pessoas nos olhavam com uma indiferença inexplicável. Pensei: "O povo não vai fazer nada? Não vão aderir a essa luta que também é deles? O que há de errado?"

No mesmo instante me veio a imagem do Abaporu, obra da modernista, Tarsila do Amaral. Após refletir o motivo desse link inesperado que fizera minha mente, lembrei que uma das propostas desta obra é mostrar a figura do povo brasileiro (cabeça pequena = desvalorização da razão e trabalho mental) e (mãos e pés grandes = Valorização do trabalho braçal), ou seja, o povo não quer ou não sabe pensar e criticar para mudar a sua realidade, usar as ferramentas que lhes foram apresentadas como "úteis" é mais fácil.

Lamentavelmente ela estava certa, quando o pintou. A preguiça de pensar, refletir e criticar a sociedade com o intuito de mudar a realidade do coletivo faz parte da cultura do povo, as pessoas encabrestadas se permitem olhar apenas para frente, onde veem a comida e a "diversão", que lhe são postas como armadilha, uma vez capturadas e domadas, usam as rédias postas pelos poderosos como artigo de luxo.

É triste ter que dizer que ainda hoje, com todo o acesso a informação e toda possibilidade de buscar, pesquisar a realidade dos fatos, as pessoas usam mais suas mãos e pés, tornam-se massa de manobra, quando apoiam as pessoas que querem calar os nossos gritos; Exigimos direito de ter direito, atenção e respeito!

Sabe-se que por vezes é por falta de consciência politica e visão crítica, mas como mudar, abrir os olhos e criticar a situação lastimável que se encontra a sociedade, dos menos favorecidos, dos artistas marginalizados, dos locais públicos ocupados pelo exercito, dos seres pensantes que são calados, se ninguém se permite sair da sua "zona de conforto"?

Vamos pensar, nada de cultura dos pés grandes e cabeça pequena, o abaporu deve ser uma obra para reflexão e busca de mudança e não um exemplo a ser seguido. Pensem nisso!

Rafael Sisant